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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Web aula 1
Pedagogias Liberais
Prezado(a) Aluno(a),
É com imensa satisfação que iniciamos nossas atividades da web-aula de articulação dos eixos temáticos, que visa oferecer uma abordagem sobre as Tendências Pedagógicas, na qual vamos discutir concepções teóricas que orientam a prática educacional em diversos momentos da história, articulando dessa forma, filosofia e educação. Discutir pedagogias liberais e progressistas permite a cada professor situar-se nos modelos apresentados.
Tanto as dúvidas como comentários, serão expressos através do fórum, por isso contamos com a participação de todos! Esperamos grande motivação, persistência e determinação!
Libâneo (1994) as classifica em dois grupos: liberais e progressistas. No primeiro grupo, encontramos a Tendência Tradicional, a Renovada Progressivista, a Renovada não-diretiva e a Tecnicista. No segundo, a Tendência Libertadora, a Libertária e a Crítico-Social dos Conteúdos ou Pedagogia Histórico-Crítica.
Entendendo as Pedagogias Liberais
Neste primeiro momento, trabalharemos com a Pedagogia liberal, que coloca para a escola a função de preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais. Você pode fazer consultas também ao material didático.
Embora a escola difunda a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. O termo Liberal, neste caso, não tem sentido de avançado ou democrático, pois, ao dar ênfase ao aspecto cultural, omite as diferenças de classes.
Primeiramente, é preciso enfatizar que a Tendência Liberal Tradicional foi marcada pela chegada dos padres jesuítas ao Brasil. As primeiras escolas foram instituídas e implementou-se um plano de educação elaborado por Manoel da Nóbrega. O plano adotado pelos jesuítas era destinado aos filhos dos colonos, provocando a exclusão dos índios da oportunidade de escolarização.
Após a expulsão dos jesuítas, Pombal decreta o fechamento dos colégios jesuítas, introduzindo as aulas régias, enfrentando grandes dificuldades como: falta de professores preparados para ministrar as aulas régias, falta de recursos e isolamento da colônia. A pedagogia Tradicional continuou presente no Brasil na fase pombalina até a proclamação da independência.
Pensando, então, no âmbito escolar, esta deve preparar os alunos para assumirem seu papel na sociedade, trabalhando com conteúdos que formem intelectual e moralmente o aluno, de forma desvinculada da realidade, pois os problemas sociais não devem penetrar na escola. O ensino está centrado no professor, que tem autoridade máxima na sala de aula, os conteúdos são conhecimentos acumulados geração a geração, não relacionados com a realidade do aluno. Há predominância da exposição oral dos conteúdos, seguindo uma sequência predeterminada; enfatiza-se a necessidade de exercícios repetidos para garantir a memorização dos conteúdos, que são alheios à realidade social. Os conteúdos são repassados ao aluno como verdades absolutas. As matérias de estudo visam preparar o aluno para a vida, são determinadas pela sociedade e ordenadas na legislação.

Na relação professor-aluno prevalece a autoridade do professor e a passividade do aluno, através de uma atitude receptiva dos alunos, prevalecendo a ausência de comunicação entre eles. A disciplina é imposta como um meio para assegurar a atenção e o silêncio.
A educação é vista como um produto. A metodologia é caracterizada pela transmissão, baseadas em aulas expositivas, cujo professor traz o conteúdo pronto e a reprodução é feita pelo aluno de forma automática. Os métodos baseiam-se tanto na exposição verbal como na demonstração dos conteúdos, que são apresentados de forma linear e numa progressão lógica, sem levar em consideração as características próprias dos alunos, muitas vezes encarados como adultos em miniatura.


O esforço geralmente é negativo e consiste em punição, notas baixas, sendo que os pais eram constantemente chamados a escola. Ainda hoje esta pedagogia está presente em nossas escolas, apesar de muitos livros afirmarem que seu período de duração foi mais ou menos duzentos anos, a partir da chegada dos padres jesuítas (1549). Não pude deixar de me entusiasmar ao enfatizar este tema, afinal sou fruto de uma educação tradicional.
A pedagogia tradicional preocupa-se com a universalização do conhecimento. Através da memorização, da repetição e da exposição verbal, o educador chega a um interrogatório (tipo socrático), estimulando o individualismo e a competição. Envolve cinco passos que, segundo Friedrich Herbart, são os seguintes: preparação, recordação, associação, generalização e aplicação.
O professor é detentor do saber e deve avaliar o seu aluno através de provas escritas, orais, exercícios e trabalhos de casa. Esse tipo de avaliação geralmente vem regado de um esforço negativo, com ameaças, punições e até mesmo redução de notas em função do comportamento do aluno durante as aulas. Ao refletir sobre a pedagogia tradicional, percebe-se que ela continua forte e persistente na grande maioria das escolas.
Assistam ao filme Sociedade dos Poetas Mortos e dirijam-se ao Fórum para postarem um comentário sobre a escola tradicional. Contem e compartilhem seus pensamentos e histórias.
Gostaria de passar para vocês, por meio dessa web-aula, alguns pontos importantes sobre a Tendência Liberal Renovada Progressivista, segundo a qual o papel da escola é adequar às necessidades individuais ao meio social. A escola deve proporcionar experiências ao aluno para que sejam educados em um processo ativo, vivenciando desafios e situações-problemas, no quais se valoriza os processos mentais e habilidades cognitivas, do que conteúdos organizados racionalmente. Trata-se de aprender a aprender. É necessário um relacionamento positivo entre professores e alunos, para se estabelecer um clima harmonioso em sala de aula. Aprender é uma atividade de descoberta, sendo o ambiente apenas o meio estimulador.
A escola deve valorizar o trabalho em grupo, a pesquisa, a descoberta, o método de solução de problemas. O professor passa a ser um colaborador do desenvolvimento livre e espontâneo da criança, em que a disciplina surge da tomada de consciência da vida grupal. O aluno deve ser solidário e respeitar regras de convivência para garantir um clima de respeito e harmonia. A escola Nova, como é chamada, atinge seu auge nas décadas de 1930 e 1940. Buscou-se organizar a escola como um meio social, propiciando a harmonia dos interesses individuais com os coletivos.
Dando continuidade ao estudo, na Tendência Liberal Renovada Não-Diretiva, a educação é centrada no aluno, sendo o professor um facilitador da aprendizagem, que aceita a pessoa do aluno. É preciso que tenha confiança na capacidade de todos em sala de aula, ser confiável e receptivo. Predomina a não diretividade, na qual o professor cria as condições de atuação do aluno e deve ser especialista em relações humanas. O papel da escola está baseado na formação de atitudes. Dessa forma, há uma maior preocupação com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais (LUCKESI, 1994).
A metodologia baseia-se na auto-gestão e valoriza a autoavaliação do aluno como parte da aprendizagem da autocrítica e da responsabilidade. A disciplina resulta da autonomia, não sendo imposta e nem associada a prêmios, castigos ou sanções. A ênfase recai sobre os processos de desenvolvimento e da comunicação, sendo secundária a transmissão de conteúdos. Valoriza-se a autoavaliação e o professor deve ser um especialista em relações humanas.
Nas próximas linhas, teremos a oportunidade de conhecer a Tendência Liberal Tecnicista, que tem suporte nos paradigmas da Psicologia, o Behaviorismo ou Comportamentalismo. Seu objetivo é o de produzir indivíduos “competentes para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas” (LIBÂNEO, 1994, p. 61). É modeladora do comportamento humano através de técnicas específicas e arranjo das condições ambientais. Os conteúdos de ensino são delimitados e organizados por especialistas, “o material esta organizado em manuais, nos livros didáticos, nos módulos de ensino, nos dispositivos audiovisuais” (LIBÂNEO, 1994, p. 61).
Cabe ao professor a execução em sala daquilo que foi projetado fora dela. Os objetivos se referem às mudanças comportamentais, que especificam a competência do aluno em adquirir e demonstrar o que aprendeu. Envolve a ênfase da tecnologia educacional como controle do ensino, já que o professor estabelece as condições de transmissão da matéria e o aluno recebe e memoriza as informações. Uma pedagogia que desvaloriza debates, discussões, e relacionamento afetivo. Com a influência da pedagogia tecnicista, o Brasil adota modelos americanos de educação. Surgem vários programas como o PABAEE – Programa Brasileiro-Americano de Auxílio ao Ensino Elementar, como forma de colocar a escola no modelo de racionalização do sistema de produção capitalista (LIBÂNEO, 1994).

 texto exposta para UNOPAR, http://www.unoparvirtual.com.br/
por: Profa. Edilaine Vagula

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