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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Web aula 2
Pedagogias Progressistas
Queremos transmitir a vocês forças para continuar trabalhando com vistas ao próximo tempo, quando, então, vocês colherão os frutos de seu trabalho. Neste segundo momento, trabalharemos com as pedagogias que partem da análise crítica da realidade social que sustenta a finalidade sócio-política da educação.
É importante rever seus estudos anteriores para que possa dar sequência. A Pedagogia Progressista não tem como institucionalizar-se numa sociedade capitalista. Dessa forma, constitui-se num instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais. Essa pedagogia surgiu na França, a partir de 1968, na qual a escola passa a ser vista como reprodutora da classe dominante. As tendências progressistas envolvem, segundo Libâneo (1994), uma análise critica da realidade, reafirmando a visão sociopolítica da educação.
Vamos relembrar um pouco sobre Paulo Freire? A Tendência Progressista Libertadora tem sua origem com os movimentos da educação popular, no início dos anos 60, quando foi interrompida pelo golpe militar de 1964, e retoma o seu desenvolvimento no final dos anos 70 e início dos anos 80. Sua proposta volta-se para as discussões de temas sociais e políticos e ações sobre a realidade social imediata, com o intuito de transformá-la. Sua marca é a atuação não-formal, voltada para um caráter político, cujos conteúdos partem de temas geradores, extraídos da vida dos educandos. Predomina o diálogo, no qual professor e alunos são sujeitos do conhecimento. Educação problematizadora, que ocorre a partir da codificação da situação problema.
Nesse sentido, o professor é um pesquisador e aprendiz de novas dimensões da realidade, e ensinar não é um processo mecânico de transmitir conhecimentos ao educando. A escola deve questionar, de forma crítica, a realidade, visando a sua transformação. Paulo Freire, sendo idealizador desta pedagogia, reafirma seu caráter político, vendo o professor como animador, que deve descer ao nível dos alunos, trabalhando com grupos de discussões, levando o aluno a gerir a sua própria aprendizagem, através da codificação, decodificação e problematização de situações (LIBÂNEO, 1994). Nesta perspectiva, acaba-se com toda relação de autoridade, estabelecendo um relacionamento não-diretivo. Aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta.
A Tendência Progressista Libertária coloca a necessidade da escola exercer uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Pedagogia vinculada à atuação política e social, combate os privilégios, as injustiças e toda forma de opressão e exploração. Visa contribuir com a formação de alunos autônomos, críticos e solidários. Questiona todas as formas de opressão e relações de dominação, sendo seu princípio básico a rejeição a toda forma de autoritarismo.
Os princípios de autogestão e educação integral direcionam as pedagógicas libertárias, que questionam toda e qualquer relação de poder estabelecida no processo educativo e das estruturas que proporcionam as condições para que estas relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares. As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não exigidas. Dessa forma, o conhecimento é resultado das experiências vivenciadas no grupo. De forma crítica, os alunos podem optar em relação a sua participação nas aulas. O professor participa das discussões do grupo, apesar de ser uma relação vertical, e o mesmo ser considerado como alguém que se encontra em um nível mais elevado de conhecimentos em relação ao aluno.
O aluno sente-se motivado a partir de sua vivência grupal, onde acontece a aprendizagem de forma informal, através da negação de toda forma de repressão.


Orgulhosos de termos você conosco, apresentamos, a seguir, a Tendência Progressista Histórico-Crítica,que visa à conscientização da determinação exercida pela sociedade sobre a educação, fato que a torna crítica e acredita que “a educação também interfere sobre a sociedade, podendo contribuir para a sua própria transformação”, fato que a torna histórica. Traduz a passagem da visão crítica mecanicista para uma visão crítica dialética. Envolve a articulação de uma proposta pedagógica que tenha o compromisso não apenas de manter a sociedade, mas de transformá-la a partir da compreensão dos condicionantes sociais e da visão de que a sociedade exerce determinação sobre a educação.
Passa a ser responsabilidade da escola a difusão do conhecimento histórico e socialmente produzido, o que contribui para a transformação social. O professor é o mediador do processo ensino-aprendizagem e o aluno é o ser concreto, historicamente situado, com um saber que lhe é próprio e que será valorizado e reelaborado a partir dos conhecimentos científicos trabalhados na escola.
Finalizo estas considerações afirmando que esta pedagogia, também pode ser denominada Crítico Social dos Conteúdos, é parte de uma metodologia que tem relação direta com a experiência do aluno. Confronta os saberes do aluno, que são do senso comum e empírico, com os saberes científicos trabalhados pela escola, conhecimentos expressos pelo professor, através de uma participação ativa. O professor é um mediador que leva o aluno a acreditar nas suas potencialidades, levando em conta a prontidão e disposição do aluno na sala de aula.
Dirijam-se ao Fórum e relatem uma experiência vivida na sala de aula, a qual possam enquadrá-la em uma das tendências pedagógicas acima.
Esperamos que os conhecimentos aqui desenvolvidos possam atribuir novos significados a sua vivência profissional. Levem as dúvidas para o fórum e teleaula para que possamos dialogar. Bons estudos e sucesso sempre! Felicidades! Que a estrela que carregam em seu interior nunca pare de brilhar e jamais desvie do horizonte.

texto exibido para UNOPAR, http://www.unoparvirtual.com.br/
por : Profa. Edilaine Vagula

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