garatujas |
Mitos da inclusão na educação especial
Segunda
as leis que regem a educação no Brasil, negar vaga para um aluno com deficiência
na escola regular é CRIME. A lei pede ainda que os alunos especiais sejam
matriculados preferencialmente nas escolas regulares, salvo os casos em que for
comprovada a necessidade de sem trabalhados em classes especiais. Busca-se
colocar a criança especial convivendo junto com a criança “normal” para
obtermos mais desenvolvimento da criança especial enquanto podemos ainda educar
a criança “normal” para aprender a conviver e aceitar o diferente. Esta
relação, este contato ajuda muito no desenvolvimento de ambas as partes. Vemos
na televisão e outros meios de comunicação campanhas lindas de inclusão, porém
a realidade vista nas escolas não é tão bela e agradável. Muita criança tem
ficado em sala de aula sem desenvolver aprendizagem, ficam apenas jogadas nos
cantos das salas enquanto os outros alunos realizam as tarefas propostas pelos professores.
Colocar a criança em sala não significa incluir, a inclusão está em colocar o
aluno em classe fornecer a ele uma educação de qualidade e com respeito,
contribuindo para sua formação como ser em sociedade e possibilitando que ele
adquira novos conhecimentos.
Estou trabalhando como professor de apoio de uma
criança especial. O que percebi é que até que eu fosse levado a ela, em todos
seus anos de estudos anteriores, nunca fizeram nenhum trabalho buscando seu
desenvolvimento. Assim hoje, já no quarto ano ela não sabe sequer escrever seu
nome, e ao ver seu nome escrito não enxerga sentido algum em suas Letras, não colore
e fala com dificuldade. Sua escrita é o que chamamos de garatujas, estes
rabiscos são a primeira forma que as crianças têm para registrar seus
pensamentos e idéias. Se nunca houve trabalhos para desenvolvê-la então ela
nunca foi de fato incluída. É comum ouvirmos na escola que “o professor está
preparado para excluir”, é de fato é , o governo propôs acabar com as escolas
especiais e lançar as crianças nas salas regulares, no entanto antes de tomar
esta decisão deveria ter se preocupado com a formação dos professores, para
que, uma vez eles capacitados para este trabalho as crianças fossem inseridas
em classe. Outra questão importante é a sobrecarga que o professor tem
recebido. Como professor de apoio eu consigo adaptar da maneira cabível as
atividades para a aluna, porém percebi que dificilmente a professora
conseguirá, sem apoio, trabalhar a adaptação pra esta aluna enquanto cuida da sala
toda. Sabemos que a realidade das escolas não é bonitinha como nos livros,
temos alunos correndo pela sala, tacando bolinhas de papel, batendo nos
colegas. Assim mesmo o professor tendo boa vontade o trabalho ficará
prejudicado. Colocar o professor de apoio ajuda sim, e muito, talvez seja essa
a medida mais adequada quando se lança crianças especiais às salas regulares.
Importante frisar que, nem sempre a criança tem um
professor de apoio. Pelo que sei em nossa prefeitura mesmo há uma grande
demanda de crianças que precisam desses professores de apoio, mas ainda não
receberam. Lembrar também que muitos dos selecionados para este trabalho também
não estão preparados e acabam deixando as crianças na mesma situação. No meu
caso eu posso afirmar que o que aprendemos em teoria ajuda muito pouco, ou
quase nada na pratica. Ao me deparar com este fato, me pus a buscar mais
conhecimentos. Adquiri livros texturizados, lápis apropriados (lápis mais
grossos ara facilitar o manuseio), massinha (para desenvolver a coordenação
motora), busquei conselho com professores antigos, com a coordenadora da
inclusão, busquei na internet, elaborei fichas, busquei orientação dos
professores de APAEs. Com isso vou buscando me aprimorar e dar a minha aluna a
possibilidade de ser de fato educada, mas te pergunto, quantos dos selecionados
ou dos futuros professores, farão tudo isso para que haja realmente uma
inclusão e quantos vão se preocupar apenas em receber o salário no final do mês???
Talvez o mais assombroso nestes termos de inclusão
saber que os mais pertos de serem incluídos são os que têm maior poder
aquisitivo. Não só na educação especial, mas em todo cenário educacional do país,
vemos que há uma enorme diferença na qualidade de educação nas escolas municipais,
estaduais e particulares. Acaba que o direito a uma educação de qualidade se
torna um privilégio de quem pode pagar mais. Não vou negar que houve uma
mudança muito positiva na qualidade da educação se compararmos com o passado
onde a criança era vista como adulto em miniatura ou quando a educação não era
gratuita e obrigatória. Mas ainda há muito
que ser feito para promover uma educação que forma um individuo critico e
consciente dos seus direitos e deveres em sociedade e que saiba respeitar seu próximo.
Ao educador eu digo, seja sempre um pesquisador, nunca
sinta dó das crianças, pense no que elas podem se tornar e não em suas
limitações. Deixo uma frase da qual desconheço a autoria, mas não é de fato
minha: há pessoas com limitações, por isso são iguais a você. Todos têm
limitações.
Acho que ouve um certo avanço na educação para as crianças especiais , claro que muito longe , muito mesmo do que deveria ser . Falta preparo os professores que quando mal sabem lidar com as outras crianças ditas"normais" , na maioria das vezes mais problemáticas . Sucesso com o trabalho com a criança que você ensina .Aos. poucos vai conseguir o avanço e a vitória . Seguindo seu blog que para todos é de extrema importância , já tive uma prima com Down e sei o que passam todos para dar uma boa educação .
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