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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Deficiência intelectual


Deficiência intelectual na Inclusão
A importância da Mudança dos conceitos

            A visão de criança em sociedade vem sofrendo importantes mudanças no decorrer de nossa historia. Passamos de uma concepção não muito antiga de criança como adulto em miniatura para uma onde a criança é vista como ser em formação que precisa de cuidados especiais para se desenvolver. Embora se tenha mudado muitos conceitos negativos sobre as crianças ainda temos famílias no campo que têm muitos filhos já pensando em lançá-los para o trabalho no campo enquanto deveriam estar nas escolas.  O pensar a criança como adulto em miniatura não garantindo pra ela as cuidados com a saúde e educação acaba por aniquilá-la, às vezes levando a maus tratos, doenças e mortalidade. A uma parcela das crianças que sofrem ainda mais os sob os olhares irresponsáveis da sociedade: as crianças especiais. Recorrendo a livros pedagógicos antigos, busquei saber qual a visão que se tinha dessas crianças para comparar com a realidade vivida na atualidade. Nessa busca teórica encontrei o livro Como Orientar a criança excepcional, de Jay a pizza. Em trecho do livro podemos observar bem a visão da criança nessa época:
                                                                        [...] atender a criança em seus diferentes tipos de retardamento mental: retardados mentais educáveis (débeis mentais), retardados mentais adestráveis (imbecis) e retardados mentais totalmente dependentes (idiotas) (PIZZA, 196?, p. 18)
            Percebe-se que as palavras usadas para nomear os graus da deficiência soam hoje como extremamente pejorativas, o termo “adestrável” só é utilizado quando se fala de animais. Pela visão que temos hoje o uso dessas palavras se tornou obsoleto e desagradável. A partir da década de 1980, o termo utilizado tem sido “deficiência mental”. Atualmente a nomenclatura correta é “deficiência intelectual” É mais apropriado o termo “intelectual” por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente, e não ao funcionamento da mente como todo (ALVES; WAJNSZTEIJN, 2010,p 375).
            É importante frisar que há diferentes níveis de deficiência intelectual, do que classificamos entre leve, moderada e profunda. Sendo que estas pessoas apresentam uma deficiência, alguma dificuldade no aprendizado e na formulação de conceitos, mas não são em momento algumas desprovidas de cognição. A criança que já compreende a conversação ficaria constrangida ao se ouvir sendo chamada de idiota ou imbecil. O educador jamais deve esquecer-se disso em seu trabalho. Quando se trabalha em incluir uma criança especial numa sala de aula regular deve-se redobrar a atenção sobre a forma de se referir à criança especial, pois tanto ela quanto as outras crianças estarão atentas a isto, o que marcará a formação delas para pessoas criticas que compreendem o diferente ou para pessoas que julgam e estereotipam o diferente.
            Saindo do conceito excepcionalidade vamos à outra questão sobre a nomeação. Há cerca de um ano, em sala de aula na faculdade, o tema trabalhado era homossexualidade. É um tema polemico, opiniões diversas surgem. A tutora, pessoa religiosa faz, talvez por descuido, um comentário pejorativo. Foi o suficiente para aumentar a polemica. Proponho a seguinte discussão: o educador tem uma criança em sala de aula que é homossexual, esta na fase de descobertas, onde sua mente esta mais confusa e seus hormônios a perturbam. Surge o tema homossexo, o professor e severo em criticar o indivíduo homossexual. O que vai se passar na cabeça dessa criança? Não é incomum que este tipo de cena ocorra em escolas, e não é incomum o suicídio entre jovens confusos. O educador deve estar atendo que seu trabalho ocorre em meio a uma diversidade de pessoas, na sala de aula haverá negros, brancos, homossexuais, deficientes, pessoas de religiões e culturas diferentes, logo seus atos e opiniões poderão afetar severamente alguma dessas crianças. A tutora reconheceu depois de algum tempo o erro, e expressou que acredita que o educador em sala não deve relevar suas opiniões e crenças acima da educação das crianças.
            Tudo o que se fala como pessoa ou como educador influencia na formação das crianças. Pense sempre antes de dizer algo pejorativo ou criticar alguém ou alguma diversidade e cultura, você pode com isso marcar pra sempre a vida de uma criança.

Referêcias :
Aprendizagem na atualidade: Neuropsicologia e desenvolvimento na inclusão / Luiza Elena L. Ribeiro do valle… [et al.] organizadores. –Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito editora, 2010
Curso de orientação educacional: Como Orientar a criança excepcional/  Jay Arruda Pizza, Linografica editora LTDA, 196?

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