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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mentiras na Inclusão Escolar !


Facetas da inclusão
Ou
Mentiras adaptadas

As Leis de diretrizes e bases da educação nacional pedem que a criança especial seja matriculada preferencialmente nas escolas regulares, mas pede tambem que a escola seja acolhedora à esta criança, possibiltanto seu acesso e pleno desenvolvimento além de criminalizar as escolas que se recusam a receber a matricula dessas crianças. Até então vemos uma ação que poderia ser chamada de nobre, mas quando vamos observar a ocorrencia da inclusão escolar vemos que ainda não estamos tão longes das trevas da exclusão.
Tendo observado a infra-estrutura da escola em que trabalho eu me pus a pensar no que estas crianças passam e como isso prejudica ainda mais suas relações e seu bem-estar emocional. Para levar meu aluno cadeirante ao refeitorio tenho de passar por dois portoes que sempre ficam trancados, alem desses portões trazerem uma imagem de prisão a escola, tudo parece longe para o aluno que reclama do trabalho que tem para se deslocar. Seu banheiro, que tambem esta sempre trancado fica depois de uma sala que traz em seu interior armarios aparentemente em desuso, dentro de seu banheiro alguns objetos estão guardados. Quando olhamos para esse banheiro, separado de tudo, acessivel apenas atraves desse quartinho quente  e cheio de objetos temos a visão de que a criança especial é como esses objetos: algo a ser escondido num quartinho quente e cheio de objetos velhos. A imagem de escola acolhedora perde seu carater de fraterno e ganha a obscura visão que deixa de lado o diferente e o separa como objeto sem merito.
Seria talvez menos tocante, se apenas eu como educador me incomodasse com a situação, porem vinda as reclamações do proprio aluno conseguimos entender um pouco mais os motivos da indignação. Meu aluno reclama, com os olhos distantes, que o acompanhante de seu irmão no ano anterior o abandonara e não foi colocada outra pessoa em seu lugar. Ele teme que eu venha a deixa-lo, mas lhe assegurei de que jamais o farei. O menino sorri, pensa, tem suas vontade, é uma criança inteligente e muito capaz, mas precisa de apoio (não apenas um professor de apoio, mas de amigos, de pessoas que lhe ouçam), não é incomum chegarem para mim e perguntarem o nome dele, eu peço que perguntem diretamente pra ele (porque ele é um menino como qualquer outro, não tem porque tirar dele o direito de responder as perguntas que dizem respeito a ele).
O que é incluir então? Certamente apenas colocar o aluno em classe não é inclui-lo. Muitas outras crianças em suas diferentes especificidades acabam ficando jogadas pela sala, escola, não recebem apoio seja do pedagogico ou afetivo. Neglicenciar as necessidades da criança sim, na minha concepção é um crime imenso, tão grande quanto negar a ela o ingresso na escola. A palavra “separar” vem sendo usada erroneamente na inclusão (separar o banheiro do aluno, dando a ele um espaço afastado e visualmente desagradavel), dar uma atividade diferenciada para o aluno mas sem conteudo nenhum, dar um interprete de Libras para o aluno surdo que ainda não aprendeu os sinais (não há função em interpretar se o aluno ainda não sabe o que os sinais querem dizer). Em alguns momentos podemos ver com certo assombro que os mais pertos de serem incluidos são os que tem condições financeiras melhores, o que tiraria o careter de direito da educação tornando-a um privilegio de poucos. Embora seja inegavel que em qualquer aspecto, indiferente de se a criança é especial ou não, as que possuem um elevado nivel social recebem inumeros privilegios.
“Eu queria estar numa escola em que não me sentisse na cadeia. Não cometi nenhum crime! Queria ir a um banheiro que não me fizesse sentir um objeto” (Lucius)

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