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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mito : Maquiagem do Real


Eu precisei fazer algumas correções no texto, tinham palavras faltando letras e outros erros, acabei tambem acrescentando mais citações e pontos de vista.




Mito
Maquiagem do Real

Era uma vez… Quem nunca ouviu esta frase eternizada pelos contos de fadas? Os antigos contavam historias para as crianças de modo a alertá-las sobre os perigos do mundo, entreter-las e controlá-las. Contos de criaturas que levavam embora os meninos mal educados e bagunceiros, historias de amor que estipulavam a inocência e benevolência das “princesinhas”. O conto não deixa de ser uma forma de educar as crianças. Mas e os adultos? Qual a relação deles com as historias? Vivemos cercados de mitos e superstições: bruxas, criaturas folclóricas, sexta-feira 13, gato preto e outras.
            A filosofia define o mito como criação fabulosa da mente humana. Eu filosoficamente defino o mito como uma maquiagem do real. O mito pode ser positivo, como o que é utilizado as fabulas infantis para expor uma moral, ou negativo quando encobre uma verdade, cegando as pessoas sobre algo importante. O mito como uma ilusão é negativo porque age separando o individuo da razão e da critica, às vezes até deixando ele acomodado e preguiçoso diante uma situação-problema. A pessoa pode ficar a espera que algo fabuloso chegue (como um milagre) e cessar suas ações deixando de ser senhor de si.
 O mito também pode ser usado como forma de opressão, um exemplo claro disso é o que fazia a Igreja com sua santa inquisição queimando supostas bruxas, oprimindo outras correntes religiosas, acusando intelectuais de hereges e vendendo “passes” para o céu. E quando lembramos dessa questão de comercio da fé podemos rever as ideias de Lutero que revoltado com este tipo de atividade na Igreja lutou pela reforma protestante, mesmo que hoje possamos ver igrejas que seguem o mesmo ideario, de consumismo e capital mesmo contradizendo as escrituras que para elas deveriam ser sagradas como vemos na Biblia em João 2:15-17, [Jesus]… depois de fazer um chicote de cordas, expulsou do templo a todos com as ovelhas e o gado” , neste verciculo vemos que jesus foi levado a este ato em revolta contra os que faziam do templo uma area de comercio. Hitler usou de um mito sobre a supremacia da raça ariana e pôde atingir o auge do nazismo. As propagandas nazistas traziam uma ilusão de sociedade, logo um mito social, com isto seus espectadores acreditavam com veemência na supremacia de raças. O diferente foi marginalizado, propagandas contra os judeus, homossexuais, ciganos e estrangeiros dominaram a mente de muitas pessoas na época. E sabemos que ainda hoje há pessoas que vivem pela filosofia nazista.
A mídia hoje é uma forma de nos expor a novos mitos. Padrão de beleza massacrante, modismo, musica e ate alimentação. Os típicos comerciais de margarina com famílias “perfeitas”, propagandas para crianças e adultos que induzem a uma consumismo desenfreado. Seguem a antiga filosofia do pão e circo; desde que haja alimento e diversão as pessoas não vão se preocupar com os problemas sociais. Fazem filmes para mascarar a crise. Vale lembrar a da criação do capitão America no período de guerra para esconder a situação real e buscar novos patriotas na luta contra o inimigo nazista. Não podemos deixar de dizer que os americanos fazem uma grande campanha contra o terrorismo no oriente medio, possivelmente mascarando enteresses politicos e economicos. Há ainda casos de pessoas que entram em estado de psicose se imaginado serem personagens da mídia e acabam cometendo atrocidades.
O mito faz o homem acreditar. Dentro disso recorremos ao termo psicossomático, onde a influencia da mente manipula o corpo. Há relatos de pessoas que se curaram por simplesmente acreditar numa cura. A fé pode induzir o corpo a produzir uma serie de substancias e hormônios, o prazer que os fieis sentem durante seus cultos demonstram isso, essa felicidade é a reação do corpo diante a fé. Existem doenças de caráter psicossomático, onde a pessoa acredita estar doente (como na hipocondria) e isso reflete em seu corpo fazendo-a sofrer os efeitos dessa doença, comumente ouvimos falar de gravidez psicologica que segue exatamente esta linha. A mente tem grande poder sobre o corpo, uma das maiores forças que se conhece é a fé. Dentro dela o ser humano atribui caráter de fatos para coisas completamente fora da razão. Por fé, por aquilo que se acredita, as pessoas matam, roubam, cometem os piores crimes, se mutilam, salvam vidas, lutam e resistem. Um ato de fé como o que deu origem a Noite de São Bartolomeu, quando o papa vigente na epoca ordenou passar ao fio da navalha os protestante, levando centenas de pessoas a morte . Os nazistas cometeram atrocidades e massacres porque acreditavam que isso era o certo, era a fé deles que fazia com que admirasse Hitler como um deus. Movidos pela fé que pessoas se envolveram em massacres religiosos. Grupos terroristas como a Al Kaeda se baseiam na fé quando cometem atos terroristas. Muçulmanos apedrejam adúlteras e católicos condenam os homossexuais baseados nas sagradas escrituras. A fé continua sendo a maior força dentro da mente humana, tornando as pessoas capazes de tudo, por mais degenerado que seja. A fé é indissociável do mito, porque se baseia nele pra existir. Marx definia a religião como o ópio do povo, causadora de opressão e separação de classes. E o mito é assim um ópio (droga), capaz de causa alucinações e induzir a crença nos maiores absurdos. O mito não é racional, embora busque bases racionais para se edificar. Rodrigo Machado falando sobre a questão religiosa na visão de Marx, para a revista Discutindo Filosofia, n° 6, aponta as intenções de Marx ao criticar a religião
[…] a critica de marx visava atingir as religiões dominantes de então, que comungavam abertamente com o poder da classse dominante, enaltecendo a mistica religiosa como a realização fundamental terrena do homem, negando-lhe o direito da luta de classe da prativa revolucionaria como que condenando o proletario às privações sem o direito de aspirar a uma vida digna.

O seguimento religioso nem sempre é totalmente aceito sem critica, em algumas sociedades em determinados periodos o Igreja sofreu severa opressão por mais forte que ela se mostre. Na URSS só no ano de 1937 foram detidos 136 mil clericos dos quais 85 mil  assassinados. Entre os anos de 1917 e 1939, desapareceram 80 a 85% dos clericos da época pre-revolucionaria; a perseguição abrandou-se durante a II Guerra Mundial e nos anos posteriores do governo de Josef Stalin, que terminou com a morte do lider em 1953 (Revista Discutindo Filosofia).
Nas palavras de Émile Durkhein: “A verdadeira função da religião não é nos fazer pensar, enriquecer nosso conhecimento, acrecentar às representações, que devemos a ciencia, representações de outra origem e de outro carater, mas nos fazer agir, nos ajudar a viver.”  (DURKHEIN apud SILVA, Revista Educação- Educação & Psicologia 4, editora Seguimento, p 38).  Assim a função da religião é não delatar a verdade, mas sim de condizir o comportamento. O problema da religião é que como o mito ela pode ser manipulada pela mente de pessoas crueis ou fanaticamente enlouquecidas. Talvez seja a religão a forma mais suja de enaltecermos o sofrimento humano, fazendo-os acreditar um paraiso fantasioso onde tem-se tudo quanto é bom e o caus e a brutalidade não existem.
O conflito entre razão e religião nos segue por a toda historia da humanidade. Sempre haverá divergências claras entre a ciência e a religião. Sempre haverão tabus a serem discutidos. Muito do que as pessoas têm como verdade nas sagradas escrituras é completamente oposto do que explica a ciência. Nesse conflito a religião acaba muitas vezes ganhando, porque o mito se sobrepõe a razão no pensamento humano. A razão busca curar pela ciência, em contraponto a religião cura pela fé. A ciência explica a cura pela fé dentro do psicossomático. A religião explica a fé pelo divino. Este ponto de encontro entre mito e realidade é um marco na vida do homem social. Talvez nunca entrem em comum acordo.
Uma outra ideia nos aparece como uma resposta contra o erro da irracionalidade religiosa: a filosofia. Embora muitas vezes nos parece algo tão ilusorio quanto a fé no mito, a filosofia pode conduzir a uma forma mais racional de se questionar sobre o que está a nossa volta e as perguntas que ainda não sabemos as respostas. Grandes homens que escolherem a filosofia em seu sentido mais amplo, a filosofia de vida, se mostraram mais capacitados a atingir o entendimento real, um grande exemplo de homem que preferiu a filosofia a fantasia é Gandhi, que preferiu a perseverança na paz e não pela violencia e mentira. Observe estas citações retiradas da revista Grandes Pensadores 1, da editora Sampa:

1-“Aproximei-me de Gandhi, para converte-lo ao meu cristianismo, mas verifiquei que ele era mais crístico do que eu, não era apenas cristão, eu tinha estudado teologia cristã, mas Gandhi tinha vivido a própria cristicidade ” ( Stanley Jones apud Bazanini)
2-“Gandhi é o grande cumpridor do Sermão da Montanha que envergonha todos os cristãos. O melhor cristão do mundo é hoje, um hindu. (Maide Roxden apud Bazanini)
3-“Eu aceito Cristo, mas não aceito vosso cristianismo” (Gandhi apud Bazanini)     

Nestas tres citações podemos ver que mesmo não seguindo o ideario da Igreja Cristã, com seus dogmas e sacramentos, Gandhi, mesmo sendo Hindu conseguia seguer no que os religiosos chamam de caminha da bem aventurança. Ele estava dentro do caminho que a filosofia o conduziu sem ser seduzido pela ilusão que estar em comunhão com a Igreja poderia trazer.
Com tudo isso, entendemos algumas faces do mito dentro da sociedade. Seja nos contos infantis, na mídia ou dentro da religião os mitos existem. Podem ser positivo ou negativo, pertence à cultura porque é criação da mente humana. Edifica a fé e é capaz de manipular a mente humana. Espero que a leitura tenha sido agradável e que você leitor busque mais informações, não acredite em tudo que lhe propõem, seja mais critico para não ser vitima dos mitos. Reveja seus conceitos. Em que você acredita??? Deixo mais uma pergunta, o bom político é um mito?


Referencias:
Revista Discutindo Filosofia; n 6; editora escala educacional;
Revista Educação- Educação & Psicologia 4, editora Seguimento;
Revista Grandes Pensadores 1, da editora Sampa

2 comentários:

  1. Muito bom o post,de fato,que hoje no mundo há mitos em diversas áreas da vida,bom seria se todos pudessem clarear suas mentes e afastar tais ilusões.Assim algumas mudanças necessárias poderiam ser feitas,principalmente na igreja.Tais ilusões com certeza são boas para curar,a fé é um aliado poderoso na cura de doenças,mas não precisa ser fé em deus,fé na cura já é o bastante,depende da força da pessoa em conseguir acreditar! Mudanças no modo de pensar,gerariam mudanças na forma de agir e assim mudanças boas,necessárias e concretas seriam realizadas,e mitos totalmente dispensáveis,como acreditar que deus era contra negros,e que deus é contra os homossexuais seriam acabados.

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  2. Olha o ultimo post do meu blog ( http://sonhosdeumadocegarota.blogspot.com/ ), tem um selinho pra você lá!

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