Brasil deve testar tratamento inédito com células-tronco
em 2012
Pesquisadores brasileiros devem testar em seres humanos
um tratamento inédito com células-tronco. Portadores de distrofia muscular de
Duchenne vão receber, pela primeira vez no País, células-tronco retiradas de
outra pessoa. Até hoje, o Brasil só tratava com células-tronco do próprio
paciente.
Segundo a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP)
Mayana Zatz, os primeiros testes com pacientes devem ocorrer no final de 2012.
Os voluntários para a pesquisa serão jovens com a doença que atinge crianças do
sexo masculino e causa a degeneração dos músculos. “Alguns meninos perdem a
capacidade de andar muito cedo”, disse.
Em entrevista ao programa 3 a 1, a diretora do Centro de
Estudos do Genoma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco contou que o
Brasil tem centros de pesquisa desenvolvendo estudos de ponta sobre
células-tronco. No caso do tratamento dos pacientes com distrofia de muscular
de Duchenne, serão usadas células-tronco extraídas da gordura.
De acordo com Mayana Zatz, as células-tronco de doadores
saudáveis serão tratadas e implantadas nos músculos dos pacientes doentes. As
células, por suas características biológicas, se transformarão em tecido
muscular e regenerarão músculos comprometidos pela doença.
“As células retiradas em uma lipoaspiração poderão gerar
músculo.” - Mayana Zatz
A pesquisadora declarou que esse procedimento já foi
testado em ratos e cães. Segundo ela, os animais foram observados por até três
anos e não apresentaram nenhum efeito colateral. “Até agora, tivemos resultados
muito interessantes”, disse. “Nada de tumores”, completou.
A possibilidade do desenvolvimento de tumores em
pacientes que passam por tratamento com células-tronco é justamente a maior
preocupação dos pesquisadores. Na Alemanha, uma criança que passou por esse
tipo de tratamento teve o efeito colateral.
Por causa do risco, Mayana disse que é preciso ter muita
cautela antes de qualquer teste em humanos. Ela acredita, porém, que a técnica
desenvolvida no Brasil está pronta para entrar nessa fase.
Para que isso aconteça, o projeto de pesquisa sobre o tratamento
para distrofia muscular terá de passar pela avaliação de um comitê de ética de
pesquisadores. Para a pesquisadora, a aprovação pode demorar um tempo, porém
dará mais segurança para o prosseguimento da pesquisa.
Com informações da Agência Brasil.
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