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domingo, 1 de janeiro de 2012

Antologias e Crack



  Saiu na capa da revista Época, de 8 de agosto de 2011/ n° 690, o frase “CRACK, INTERNAR À FORÇA RESOLVE?” .  Eu li a reportagem, para principiar nossa reflexão destaquei quatro opiniões presentes na revista:

 “Não podemos dizer que o cara fica internado três meses e vira um cidadão acima de qualquer suspeita. Muitos vão retornar ao crack. Mas pelo menos têm uma chance”
(Dráuzio Varella _ Médico)

“Se o Kassab insistir numa internação compulsória, corre o risco de parar num tribunal penal internacional por crime contra a humanidade”   
(Wálter Maierovitch_ Jurista)






“Vamos botar na balança: o que é mais importante? O direito a saúde ou o direito de ir e vir? O bem maior garantido pela Constituição é a vida do ser humano”
(Marcelo Barone_ Promotor)









“Dependência química é uma doença complexa e requer tratamento complexo. Não vai ser com oração que você vai tratar adolescente dependente de crack”
(Ronaldo Laranjeira_ Psiquiatra)  







            Pelo texto vemos um projeto do governo que visa realizar internações compulsórias de dependentes do crack. Este projeto gera muita polêmica, os dois lados “contra” e “a favor” expõe seus motivos, e enquanto não se chega a uma conclusão mais e mais pessoas tem suas vidas destruídas pelo crack. Quando buscamos a opinião dos envolvidos (vitimas do crack) temos dois lados entre os que se recuperaram, de um lado os que afirmam que a internação forçada salvou-lhes a vida e de outro os que após serem forçados varias vezes sem sucesso, acabaram por buscar por conta própria a ajuda e hoje vivem sem longe da dependência.  Vemos ainda que muitos afirmem que não estavam capacitados a buscar ajuda, devido à gravidade da dependência (assim para estes a salvação foi a internação compulsória). Wálter Meierovitch afirma que Kassab pode parar num tribunal penal internacional por crime contra a humanidade, o que me fez lembrar um episodio ocorrido no ano passado, onde uma família que seguia a religião testemunha de Jeová deixou a filha morrer por não admitirem a transfusão de sangue. Numa reportagem para o jornal (O Tempo, se ainda me lembro) falava de fazer obrigatório que se aceitasse a transfusão de sangue mesmo contra a vontade das pessoas para que o direito a vida prevalece-se. Então quem propôs esta obrigatoriedade, do prevalecer o direito da vida e não o da religião, não estaria também “cometendo um crime contra a humanidade”? Eu discordo veemente disto. É crime expor as pessoas a substancias tóxicas, é crime matar assim como é crime atentar contra a própria vida, e muitos dos dependentes ainda afirmam categoricamente não estarem em condições de buscar a ajuda. Então a internação compulsória resgataria estes incapacitados e atenderia ao direito de viver.
            O problema do crack é muito maior do que o que vemos em casa sentados em nossos sofás assistindo TV e bebendo coca-cola, muito maior. Sabemos que o ser humano quando forçado torna-se agressivo e menos receptivo, então como atingir de maneira eficaz o problema do crack? Será mesmo que apenas as “autoridades competentes” devem buscar soluções e nós como cidadãos não podemos (ou não devemos) opinar e agir?
            E você leitor, tem uma opinião formada sobre o tema, internar a força RESOLVE?

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