O desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos com Síndrome de Down
Rede SACI
08/05/2007
08/05/2007
Artigo de Kátia Soane Santos Araújo tem como objetivo esclarecer a cerca do desenvolvimento cognitivo, físico e motor das crianças com Síndrome de Down.
Kátia Soane Santos Araújo
O presente artigo tem como objetivo esclarecer a
cerca do desenvolvimento cognitivo, físico e motor das crianças com
Síndrome de Down. Como a síndrome é uma das anomalias mais comuns entre
os nascidos, faz se necessário o conhecimento das suas características
assim como o desenvolvimento.
Palavra-chave: Síndrome de Down - desenvolvimento - Criança.
Conceitualização da Síndrome de Down:
Síndrome de Down é uma das anormalidades mais comuns entre os nascidos que se caracteriza como uma espécie de retardo mental ocasionado por um erro genético microscopicamente apresentável, através da ocorrência de três cromossomas 21 (trissomia), As pessoas com esta síndrome, em sua maioria, apresentam o desenvolvimento físico e mental mais lento do que os demais sujeitos, a maioria, têm o retardo mental leve a moderado, e há alguns casos que podem, também, apresentar um retardo mental severo.
Síndrome de Down é uma das anormalidades mais comuns entre os nascidos que se caracteriza como uma espécie de retardo mental ocasionado por um erro genético microscopicamente apresentável, através da ocorrência de três cromossomas 21 (trissomia), As pessoas com esta síndrome, em sua maioria, apresentam o desenvolvimento físico e mental mais lento do que os demais sujeitos, a maioria, têm o retardo mental leve a moderado, e há alguns casos que podem, também, apresentar um retardo mental severo.
De acordo a dados observados, há inúmeras variações
do desenvolvimento cognitivo das crianças com síndrome Down, umas têm um
excelente desenvolvimento como o caso da atriz Joana Mocarvel que
interpretou a personagem Clarinha na novela "Páginas da Vida" exibida
pela Rede Globo e outras não, porém isso depende muito dos estímulos que
lhes são oferecidos como o caso da atriz que desde o seu nascimento é
acompanhada por diversas terapias que a auxiliam o seu desenvolvimento,
mas em termo geral, enquanto uma criança sem síndrome costuma a falar
por volta dos 12 aos 24 meses a criança com Síndrome de Down inicia a
oralidade por volta dos 3 aos 5 anos de idade, podendo também acontecer
mais tarde.
Como todos os sujeitos, apresentamos especificidades
nas características físicas, todavia as crianças com Síndrome de Down
apresentam características peculiares à síndrome, sendo que estes
aspectos auxiliam aos médicos o diagnóstico da anomalia, porém é
importante ressaltar que alguns indivíduos podem apresentar muitos das
características e outros poucos, não existindo uma regra quanto a isso.
As características físicas das pessoas com Síndrome de Down são: Inclinação da fendas pálpebras; Achatamento da parte traseira da cabeça; Dobras nos cantos dos olhos: Língua proeminente; Ponte nasal achatada; Orelhas menores; Boca, mãos e pés pequenos; Tônus muscular diminuído; Pela na nuca em excesso e ressecada; Pode apresentar a ausência de uma falange ou aumento dos espaços entre o primeiro e o segundo dedo e uma linha que cruza a palma da mão (linha semiestica), sendo que as crianças que têm essas características especificas, freqüentemente apresentam mal-formação cógnita. As principais alterações são: no coração, mal-formações gastrointestinal, imperfuração anal, doença de Hirschsprung. Apresentando também um grande índice de crianças com Síndrome de Down com leucemia e com diminuição da capacidade auditiva e visual.
As características físicas das pessoas com Síndrome de Down são: Inclinação da fendas pálpebras; Achatamento da parte traseira da cabeça; Dobras nos cantos dos olhos: Língua proeminente; Ponte nasal achatada; Orelhas menores; Boca, mãos e pés pequenos; Tônus muscular diminuído; Pela na nuca em excesso e ressecada; Pode apresentar a ausência de uma falange ou aumento dos espaços entre o primeiro e o segundo dedo e uma linha que cruza a palma da mão (linha semiestica), sendo que as crianças que têm essas características especificas, freqüentemente apresentam mal-formação cógnita. As principais alterações são: no coração, mal-formações gastrointestinal, imperfuração anal, doença de Hirschsprung. Apresentando também um grande índice de crianças com Síndrome de Down com leucemia e com diminuição da capacidade auditiva e visual.
De ordem geral os cuidados com a criança com Síndrome
de Down são basicamente o mesmo que as demais crianças, contudo é
necessária uma atenção especial em algumas situações, como: Avaliação
periódica da audição, visão e do coração; Cuidado com alimentação, pois
na infância têm dificuldade em ganhar peso e na adolescência facilidade
em ganhar (causando muitas vezes a obesidade); Controles hormonais e
questões ortopédicas.
Desenvolvimento da criança com Síndrome de Down de 0 a 6 anos.
O desenvolvimento da criança com Síndrome de Down, como visto na conceitualização, é bastante semelhante com as demais crianças "ditas normais", apesar das peculiaridades que diferem umas das outras, o desenvolvimento cognitivo e afetivo encontram se respaldados através da relação do sujeito com o meio, pois para Galvão (1995), os aspectos físicos, dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento.
O desenvolvimento da criança com Síndrome de Down, como visto na conceitualização, é bastante semelhante com as demais crianças "ditas normais", apesar das peculiaridades que diferem umas das outras, o desenvolvimento cognitivo e afetivo encontram se respaldados através da relação do sujeito com o meio, pois para Galvão (1995), os aspectos físicos, dos espaços, as pessoas próximas, a linguagem e os conhecimentos próprios a cada cultura formam o contexto do desenvolvimento.
Ao contrário disto, a teoria maturacionista propõe
que o curso do desenvolvimento humano é determinado geneticamente, ou
seja, para Hall pioneiro desta teoria, a criança se tornará aquilo que é
determinado por sua constituição genética, e sabendo que as crianças
com Síndrome de Down, mesmo no contexto de estimulação, têm o
desenvolvimento mais lento que a demais criança, faz-se necessário
enfatizar que em cada idade se instala um tipo particular de interação
entre o sujeito e o meio. Porém, essas idades cronológicas referidas com
estágios ou fases, necessariamente, não serão as mesmas para as
crianças com Síndrome de Down.
As crianças quando nascem em seu primeiro estágio de
vida, no qual Piaget denomina como Sensório-motor correspondente à idade
entre zero e os dois anos. Nesta fase, a inteligência se caracteriza de
maneira empírica, exploratória, não verbal, no qual criança aprende
pela experiência, examinando e experimentando os objetos ao seu alcance.
Somando conhecimentos e estabelecendo uma relação entre ela e o social.
Mas, para os sindrômicos esta fase, especificamente, se difere muito
das crianças sem síndrome, pois sua formação física não lhes oportuniza
em responder espontaneamente ou de maneira semelhantes aos estímulos
motores e sociais. Exemplo, são para os recém-nascidos que de forma
geral, apresentam a falta de habilidade em sugar o seio materno, pois
sua formação consiste numa fraqueza no tônus muscular (hipotonia) que os
impede de exercer as funções de sugar ou deglutir como acontece
normalmente nas crianças dessa faixa etária.
Hoje, busca-se apoio em teoria do desenvolvimento com
alicerce deste processo. Entre muitas, a que mais se destaca no
favorecimento das capacidades deste individuo e a teoria
sócio-interacionista que indica o meio como um agente primordial para o
avanço cognitivo assim como o motor e o afetivo, pois um ambiente
favorável e rico em recurso facilitará e ampliará as possibilidades dos
indivíduos.
Porém, sabe se que a exploração direta e às experiências de vida não basta, freqüentemente, para modificar os padrões de aprendizagens
(Zansmer; 2005), tanto para criança com síndrome quanto para os normais
serão necessário uma intervenção direta neste processo. No caso das
crianças normais essa mediação será feita pela mãe e/ou família, e para
os deficientes necessitarão da intervenção profissional de terapeutas
(fisioterapeuta, terapia ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo entre
outros), com o propósito de ajudar os pais e/ou responsáveis com auxílio
de técnicas que ajudam as crianças sindrômicas a interagirem com um
maior nível de interesse, atenção e habilidade.
Estas técnicas são denominadas como intervenção ou
estimulação precoce que pode focalizar a melhoria do desenvolvimento
Sensório Motor que como referido por Piaget são reflexos neurológicos
básicos, ou seja, é quando o bebê começa a construir esquemas de ação
para assimilar mentalmente o meio, este contato é direto e imediato, sem
representação ou pensamento. Nas crianças normais isso segue uma
seqüência relativamente típica: primeiro levanta a cabeça quando de
buço, rolar, senta-se, engatinhar, ficar de pé e anda. Já na perspectiva
waloniana, esse fase se caracteriza como estágio Impulsivo Emocional,
no qual ainda há uma inaptidão para a criança de agir diretamente sobre a
realidade exterior. Neste estágio tanto o bebê com síndrome quanto o
sem síndrome são necessários cuidados especiais, pois a afetividade é
uma linguagem que ratifica a relação entre o sujeito e o meio. Mas vale
ressaltar que quando a crianças possui síndrome há uma tendência de
estender essa fase para idade 12 aos 24 meses, pois ela se organiza
muito precariamente sua relação com ambiente no qual a criança se mantém
excessivamente ligada à mãe.
A criança com Síndrome de Down - como qualquer outra -
esta apta a aprender ao nascer, seu agravante neste processo é o atraso
do desenvolvimento motor. Uma estratégia para ampliar essas funções é a
brincadeira, pois para Vygotsky (1971), a situação de brincadeira cria
uma zona de desenvolvimento proximal que são aquelas funções que ainda
não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que
amadurecerão, mas que estão presentes em estado embrionário, ou seja, o
ponto além do qual um indivíduo não pode funcionar sozinho, mas sim com
ajuda do outro.
A brincadeira na infância se constitui com elemento
indispensável ao desenvolvimento da criança, visto que programas de
educação baseiam-se nessa linguagem. Por exemplo, o jardim de infância
original de Froebel e o Método Montessoriano, apesar dos focos diferirem
em sua essência, ambos retiram da brincadeira aspectos para as suas
teorias e consequentemente para o desenvolvimento infantil. Sendo que
isto não difere quando se discuti sobre desenvolvimento das crianças com
Síndrome de Down, uma vez que é aconselhável por fisioterapeuta,
terapeuta ocupacional e especialista aos pais destas crianças brincarem
com seus filhos com o propósito de avaliar nas brincadeiras o desempenho
global da criança.
A APAE (Associação de Pais e Amigos dos
Expressionais) vem ao longo dos 50 anos garantindo um atendimento a
essas crianças através serviços de auxílio aos pais e criança
favorecendo a saúde e educação, buscando promover um ambiente favorável
às crianças com Síndrome e Down, assim como as crianças com demais
deficiência mental um ambiente rico em situações de aprendizagem que
favoreçam o máximo a construção cognitiva, afetiva e motor desses
indivíduos.
Importância do Processo Inclusivo para as Crianças com Síndrome de Down:
A inclusão no âmbito da nossa sociedade já é uma realidade, os pais de crianças com Necessidades Educacionais Especiais, respaldado na Lei de Diretrizes e Bases, Carta de Salamanca e ultimamente a campanha realizada na mídia, têm matriculado ou tentado o ingresso dos seus filhos em escolas regulares. Mas a questão principal é que os professores e escolas se julgam despreparados para esta proposta, então as crianças agrupadas nesta situação permanecem ainda segregadas dentro de salas de aula regular. Para que a inclusão obtenha sucesso, é necessário incluir como objetivos específicos e fundamentais para o trabalho com a diversidade:
A inclusão no âmbito da nossa sociedade já é uma realidade, os pais de crianças com Necessidades Educacionais Especiais, respaldado na Lei de Diretrizes e Bases, Carta de Salamanca e ultimamente a campanha realizada na mídia, têm matriculado ou tentado o ingresso dos seus filhos em escolas regulares. Mas a questão principal é que os professores e escolas se julgam despreparados para esta proposta, então as crianças agrupadas nesta situação permanecem ainda segregadas dentro de salas de aula regular. Para que a inclusão obtenha sucesso, é necessário incluir como objetivos específicos e fundamentais para o trabalho com a diversidade:
1) Sensibilização de professores, coordenadores e direção;
2) Sensibilização dos demais funcionários;
3) Conhecimento das diversidades, dos portadores de necessidades educativas especiais/ comportamentos/ possibilidades;
4) Sensibilização com os pais e alunos da escola;
5) Adaptações, recursos, sala de apoio. (SANTANA, 2003)
2) Sensibilização dos demais funcionários;
3) Conhecimento das diversidades, dos portadores de necessidades educativas especiais/ comportamentos/ possibilidades;
4) Sensibilização com os pais e alunos da escola;
5) Adaptações, recursos, sala de apoio. (SANTANA, 2003)
As atitudes do professor, segundo Wang (1995) apud
Ferreira (2004) no texto da Exclusão à Inclusão, revelam que as mesmas
são fatores determinantes no tipo de relacionamento que se estabelece na
sala de aula. Em outras palavras, uma atitude igualitária e positiva
encorajará a aprendizagem da criança, a interação com os colegas e o
apoio ao aluno. Uma atitude discriminatória e segregadora trarão
discriminação, isolamento e fracasso educacional. O trabalho com
professores é fundamental visto que o desempenho do grupo depende deles.
Blanco (2002) na entrevista com a Revista Gestão em Rede - Implicações
Educativas do Aprendizado na Diversidade julga importante que o docente
comum tenha ferramentas, instrumentos e conhecimentos, para dar a
resposta à diversidade. A proposta é um desafio que deve ser acompanhado
de processos de formação, sendo essa vinculada a construção de projeto
educativo institucional. Acredita-se que inclusão não é apenas condição
do professor isoladamente, mas sim de toda a escola. Para trabalhar com
essa nova perspectiva são necessárias mudanças, e mudar a escola exige
trabalho em muitos âmbitos. Werneck (1997) apud Santana (2003), membro
do Down Syndrome Medical Interes Group, diz que: "Partindo da opinião de
que quanto mais à criança interage espontaneamente com situações
diferentes mais ela adquire conhecimentos, fica fácil entender porque a
segregação é prejudicial tanto para os alunos com Necessidades Especiais
como para os - normais - , isto porque, ela impede que as crianças das
classes regulares tenham oportunidade de conhecer a vida humana com suas
dimensões e desafios. E se não houver desafio, como pode existir
evolução?" . Assim a escola tem como objetivo preparar a criança para a
cidadania, isto inclui orientá-la para valorizar as particularidades.
Referências:
BLANCO, Rosa. Revista Gestão em Rede - Implicações Educativas do Aprendizado na Diversidade, agosto, 2002.
BLANCO, Rosa. Revista Gestão em Rede - Implicações Educativas do Aprendizado na Diversidade, agosto, 2002.
FERREIRA, Windyz. Da Exclusão à Inclusão: formando professor para responder à diversidade na sala de aula, 7, 2004.
JERUSALINSCKY e CORIAT, Alfredo e Lídia, Escritos da Criança - Porto Alegre , Ed Artmed , 1986.
MACIEL, Maria Regina Freud, o inconsciente e a
educação. In::Psicologia e Educação: novos caminhos para a formação/ Ira
Maria Maciel (org) - Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2001.
OLIVEIRA, Marta Kohl de, VYGOTSKY: Aprendizado e desenvolvimento; Um processo sócio-histórico - São Paulo: Ed Scipione , 2003.
OLIVEIRA, Marta Kohl de, O problema da afetividade em
Vygotsky. IN: Piaget, Vygotsky e Walon: teorias psicogenéticas em
discussão? Yves de La Taile, Marta Kohl de Oliveira e Heloysa Dantas -
São Paulo: Ed Summus,1992.
PUESCHEL, Siegfried, Síndrome de Dawn: Guias para
pais e educadores In::Série Educação Especial/ Ira Siegfried Pueschel
(org)- São Paulo: Ed Papirus, 2005.
SANTANA, Juliana. www.contabiliza.com.br, 2003. VYGOTSKY, Lev Semenovich , A formação social da mente, São Paulo: Ed Martins Fontes, 1984.
TERRA, Planeta. www.planeta.terra/educaçao/psicopedagogia, 1998.
WERNECK, C. Ninguém mais vai ser bonzinho na
sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: so. 2 Pessoas portadoras de
sindromecaso das crianças normais essa mediação será feita pela mãe e/ou
família.
Kátia Soane Santos Araújo, Pedagoga, professora de Educação Especial da APAE/SALVADOR.
minha fonte: http://saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=19746
acesso em 04 de setembro de 2011
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